Os Estados Unidos, embora não sejam grandes importadores de frutas frescas do Brasil, têm uma função importante nas exportações de manga e uva. Em 2024, apenas 6% do total de frutas de mesa exportadas pelo Brasil, que somaram 1 milhão de toneladas, foram destinadas ao mercado norte-americano, totalizando 63 mil toneladas. No entanto, a participação dos EUA nas exportações de manga e uva é mais expressiva, com 14% das 258 mil toneladas de manga e 23% das 59 mil toneladas de uva enviadas para o país.
Com a recente imposição de tarifas, surgem incertezas sobre o impacto no comércio de frutas entre Brasil e Estados Unidos. Concorrentes como Chile e Peru enfrentam tarifas de 10%, enquanto a África do Sul foi tarifada em 30%. Se as taxas de importação já acordadas antes do aumento de tarifas em 2 de abril foram aplicadas, isso poderá encarecer ainda mais as frutas brasileiras. O México, um grande fornecedor, pode estar sujeito a uma tarifa de 25%, embora detalhes específicos sobre a aplicação para frutas ainda não tenham sido divulgados.
Essas tarifas elevadas podem tornar as frutas brasileiras menos competitivas no mercado norte-americano, especialmente em relação à uva e à manga. A preocupação é que o pequeno comércio atual entre Brasil e Estados Unidos esteja comprometido, dificultando a entrada dessas frutas no país. A situação se torna ainda mais complexa com a possibilidade de concorrentes redirecionarem suas exportações para outros mercados, como a União Europeia.
A reorganização das rotas de exportação pode resultar numa pressão maior sobre o mercado europeu, aumentando a concorrência entre os fornecedores de frutas. Assim, o cenário para as exportações brasileiras de frutas enfrenta desafios, exigindo uma análise cuidadosa das estratégias de mercado e das relações comerciais em um ambiente tarifário em mudança.
Informações: hfbrasil.org.br