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Especialistas do Sul visitam o Paraná para conhecer modelo de combate ao greening 186vo

Técnicos de SC e RS acompanham ações de controle da principal doença dos citros e avaliam estratégias para aplicação nos estados 7392w

28/05/2025 às 12:39 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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O Paraná se tornou referência nacional no combate ao greening, também conhecido como HLB, a mais severa doença da citricultura. Nesta semana, fiscais de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul visitam o estado para conhecer de perto a metodologia aplicada, com o objetivo de adotar estratégias semelhantes em seus territórios.

A ação integrada entre o setor público e privado no Noroeste paranaense tem mostrado resultados concretos. Mais de 1 milhão de plantas contaminadas ou que ofereciam risco já foram erradicadas em áreas urbanas, propriedades comerciais e não comerciais.

O greening compromete a produção de laranjas, limões, tangerinas e outros citros. A doença, causada pela bactéria Candidatus Liberibacter spp e transmitida pelo psilídeo Diaphorina citri, provoca deformações nos frutos, queda precoce e pode levar à morte das plantas.

A visita técnica começou na terça-feira (27), em Paranavaí, maior produtor de laranjas do Paraná. Os visitantes conheceram pomares comerciais, ações de controle e a atuação da indústria de sucos Prat’s, que participa ativamente do combate à doença.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), Paranavaí produziu 184 mil toneladas de laranja em 2023, em uma área de 4,6 mil hectares, com VBP de R$ 189,1 milhões. Nesta quarta (28), a programação inclui reunião na prefeitura sobre as ações de erradicação em áreas urbanas.

Para Caroline Garbuio, coordenadora do programa de Citricultura da Adapar, o envolvimento de prefeituras, indústria, cooperativas e produtores é importante. “"Essa doença somente será controlada com a ajuda de todos. No Paraná o governo do Estado, prefeituras municipais, industriais, cooperativas e produtores estão somando suas forças para ter mais efetividade. Esta visita pode iniciar um novo momento com atuação conjunta dos Estados do Sul”, destacou.

Santa Catarina monitora atualmente 140 pontos com foco no greening, especialmente no Extremo Oeste, onde o problema é mais presente. A citricultura no estado está concentrada na agricultura familiar.

Fabiana Alexandre Branco, da Cidasc, afirma que manter o HLB sob controle é essencial para a permanência de muitas famílias na atividade. “Queremos usar todo os exemplos que a Adapar faz com municípios de integração, de educação sanitária, conscientização da sociedade, das comunidades, de erradicação de plantas e de não permitir mudas clandestinas”, disse.

Já o Rio Grande do Sul ainda está livre do greening, mas o risco é crescente. Segundo Alonso Duarte de Andrade, do Departamento de Defesa Vegetal, o estado é cercado por regiões com a doença, como Uruguai, Argentina e Santa Catarina.

A produção de citros no RS é feita em pequenas propriedades, com média de 2 a 4 hectares, nas regiões do Vale do Caí, Alto Uruguai e Erechim. A chegada do greening poderia representar uma crise social e econômica.

Andrade destacou a importância do intercâmbio técnico e da integração entre os estados. “É importante fazer parte desse intercâmbio interinstitucional, da troca de  experiências e da unificação dos três órgãos de defesa agropecuária do Sul do País porque não há fronteira para pragas", afirmou.

O Paraná declarou estado de emergência fitossanitária com o Decreto 4.502/2023, que autoriza a Adapar a fiscalizar e erradicar plantas sem manejo, inclusive com autuações quando necessário.

Também foi criada a Câmara Técnica de Citricultura, com representantes públicos e privados, que analisa as ações e pesquisas relacionadas ao greening. Três operações BIG Citros já foram realizadas em regiões-chave, com ações de fiscalização, erradicação e conscientização.

Desde 2022, o combate foi intensificado com maior integração entre os atores da cadeia produtiva. Segundo o secretário de Agricultura de Paranavaí, Tarcísio Barbosa de Souza, a mobilização tem dado resultados. “Temos equipe técnica excelente, produtores enxergando a necessidade de salvar a citricultura e os municípios abraçando a causa. Já estamos mudando a situação aqui e agora vamos estender para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e para o Brasil”, disse.

O Brasil só exige erradicação de plantas sintomáticas com até oito anos de idade, mas o Ministério da Agricultura estuda mudanças na legislação para ampliar essa exigência.

A citricultura é a principal atividade frutícola do Paraná, terceiro maior produtor nacional. Em 2023, foram cultivados 29,3 mil hectares de citros, com destaque para laranja (20,8 mil hactares), tangerina (7,1 mil hactares) e limão (1,3 mil hactares). A produção total chegou a 860,9 mil toneladas, com VBP de R$ 985,2 milhões.

Informações: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento PR


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